Alfa Romeo Spider 2.2 JTS - Pleno de charme! 
O construtor italiano conseguiu, com este modelo, voltar a transmitir ao nome Spider o misticismo e a força que o mesmo deteve no passado, graças a um automóvel simplesmente apaixonante!
Apresentado na última edição do Salão de Genebra como um dos derradeiros produtos concebidos de acordo com o
“projecto 159” , o LusoMotores teve oportunidade de testar recentemente a mais nova geração do belíssimo , um carro dotado de um design ímpar que lhe permite um charme impressionante, o que não o deixa passar despercebido em qualquer estrada por onde passa. Aliás, se o
Alfa Romeo Spider teve já oportunidade de ser
eleito como o “Carro Gay de 2007”, este Spider, que se pode considerar a versão roadster do Brera, jamais poderá ser classificado como tal, isto porque é impossível passar com um Alfa Romeo Spider ao lado de uma condutora de um qualquer outro veículo sem que de lá venha um olhar curioso, mais ou menos tímido, senão mesmo até acompanhado por um sorriso.
Mas voltemos então ao Spider. Surgindo como a versão aberta do coupé Brera, este modelo da marca da serpente veio recuperar um nome já mítico para o construtor italiano, justificando-o com uma aparência exterior de elevadíssimo nível. Em termos de motores, testámos a versão 2.2 JTS, de 185 cv, estando ainda no mercado uma versão equipada com um motor 3.2-V6 JTS Q4, de 260 cv e tracção integral permanente, e mais recentemente uma versão Diesel, graças ao motor 2.4 JTDM de 200 cv que em breve iremos querer ter a oportunidade de ter nas mãos. Afinal, a vontade existe, havendo agora que saber da possibilidade.
Em termos de equipamento, e tal como já o
Fiat Grande Punto apresenta há algum tempo, também o Spider integra o projecto
Blue&Me, estabelecido em parceria pelo Grupo Fiat e pela Microsoft, e que tem como finalidade desenvolver novas tecnologias aplicadas ao automóvel, pelo que, a bordo deste roadster, é possível ligar um telefone em sistema mãos livres via Bluetooth, ou um PDA com GSM. O sistema inclui igualmente uma drive USB no porta-luvas para ligação a dispositivos com leitura de ficheiros MP3, cuja informação é transposta auomaticamente para o visor do sistema. Operado através de botões no volante, e dotado de sistema de reconhecimento por voz, este sistema englobará, no futuro, navegação e multimédia.
Visto o equipamento, é tempo de darmos à chave e ouvirmos o delicioso som produzido por este modelo italiano. Curiosamente, e apesar de ter resistido à moda das capotas rígidas, o insonorização dentro do habitáculo é de bom nível, tal como é o isolamento, uma situação que tivemos oportunidade de verificar quando atravessámos um verdadeiro dilúvio de granizo numa viagem entre Lisboa e Porto, que foi uma prova de fogo à qual o Spider passou com distinção.
Capota de lona recolhe aos primeiros raios de Sol
Com o regresso do Sol, a vontade de accionar o sistema automático de recolha de capota fala logo mais alto, até porque as linhas deste carro, com uma frente agressiva, uma traseira harmoniosa e um perfil com tudo certo no sítio certo, onde as aplicações em tons de carbono atrás dos bancos dão um ar ainda mais atraente a este modelo, obrigam a que se rode de cabelos ao vento, fazendo inveja aos condutores que abrandam para ver passar “la bella machina”. Neste caso, porém, convém subir os vidros para evitar o sempre desagradável vento no interior do habitáculo.
É claro que não há bela sem senão, e se dentro do Alfa Romeo Spider o espaço não é abundante, nem a bagageira permite, com os seus 200 litros de volumes, o transporte de grandes malas ou sacos. Contudo, quem compra um roadster não é, com certeza, para fazer mudanças. Depois, o ambiente agradável a bordo, permitido pelo volante em couro, ou pelo posicionamento correcto da caixa de velocidades, rapidamente fazem esquecer aquele saco que tem que ser transportado atrás do banco, ou aquela mala que ficou em casa porque não havia onde a transportar. Mesmo os pequenos objectos acabam por se tornarem num problema, pela ausência de espaços para o seu transporte, a um carro deste nível com a paixão que desperta tudo (ou quase tudo) acaba por ser permitido.
Existem, porém, alguns pormenores a melhorar nesta versão 2.2 JTS testada pelo LusoMotores, isto porque a resposta do motor em baixos regimes não é propriamente a melhor, e as recuperações também não são propriamente as esperadas, havendo mesmo, por vezes, que recorrer à caixa de seis velocidades. Esta, acaba por compensar com uma suavidade e facilidade de manuseamento acima da média, mas leva a que os consumos subam para valores acima dos anunciados pelo construtor. Também, e a bem da verdade, poucos serão os que conseguirão manter os ritmos de velocidade para os consumos anunciados oficialmente.
Em termos dinâmicos o comportamente deste Alfa Romeo Spider corresponde ao que se poderia esperar de um desportivo, que depois se apresenta com um nível de equipamento muito acima da média, com itens como os faróis bi-Xénon, estofos em pele, sensores de luz e de chuva, ar condicionado automático bizona, cruise-control, ou ainda o sistema de alta fidelidade Bose com leitor de CD e comandos no volante. Em termos de segurança, a lista de equipamento é igualmente elevada, isto porque se inclui o controlo de estabilidade VDC com Hill Holder, ABS com EBD, airbags frontais de duplo estágio, laterais e para os joelhos, e cintos com pré-tensores e limitadores de esforço.
Resta referir que a aquisição deste modelo italiano, que se revela capaz de despertar uma verdaeira paixão, custa qualquer coisa como 52.000 euros, uma valor porventura elevado nos tempos de correm, mas surge justificado pela qualidade e o equipamento que o Spider transporta. Além disso, o que é que não se faz por uma paixão!?
Fonte:
LusoMotores Ensaio por... Jorge Reis (Fotos: JR/LusoMotores)
